Setembro acabou, mas a luta pela prevenção do suicídio continua!
Setembro acabou, mas a luta pela prevenção do suicídio continua. Leia mais no Blog Ceisc.
Chegamos ao fim do mês de setembro, no qual, foi dedicado a retratar a importância de dialogarmos sobre esse assunto, tido ainda como tabu socialmente. O setembro amarelo é uma campanha alusiva que foi criada para prevenção do suicídio. Todo ano ao aproximar-se do mês, o assunto surge à tona, recebendo maior enfoque pelas redes sociais e mídias.
No entanto, minha ressalva é para que possamos refletir sobre os fatores decorrentes do suicídio o ano inteiro, visto que, o Brasil segue sendo um dos países com maior índice de suicídio. E também atentar para o cuidado ao discutir o tema que tende às vezes a cair em uma perspectiva sensacionalista, simplista e genérica que não abrange o grau de complexidade destas ocorrências que requerem o manejo de profissionais capacitados para isso (psicólogos e psiquiatras).
Pesquisas recentes apontam que, a partir de uma perspectiva epidemiológica, coexistem diversas variáveis que incitam o fenômeno, destacando-se os fatores demográficos e biopsicossociais.
Embora o sofrimento mental acometa todas as classes sociais, com a crescente precarização social, houve modificações micro e macrossociais no tecido social que contribuíram para o aumento do suicídio. Nesse sentido, não se pode cometer o equívoco de reduzir o suicídio a um ato individual ou isolado, visto que ele é de uma ordem coletiva e multifatorial.
Entendendo que o sujeito é atravessado pelo mundo e por suas relações, não podemos deixar de mencionar os impactos provocados pela desigualdade social no que tange o suicídio. Pessoas que se encontram em uma situação de vulnerabilidade social em que se deparam com a impossibilidade de acesso às condições dignas para existir, enfrentando diariamente a não supressão de suas necessidades básicas, tais como acesso à moradia, saúde, alimentação, trabalho.
Fortalecimento de políticas públicas é importante
Penso que começar pelo fortalecimento e investimento das políticas públicas que possam assegurar cuidado, além de reforçar a necessidade do (re)estabelecimento de programas preventivos dentro de organizações e instituições privadas para que amparem as demandas emocionais, é o início de um caminho.
Além disso, as ações implementadas precisam ser mais efetivas no sentido de que não sirvam somente como apaziguadoras que não tratam ou aprofundam a origem do problema. Mas que possam servir como uma maneira de prevenção ao cuidado para com à saúde mental, proporcionando mudanças estruturais para que o sofrimento e adoecimento mental sejam evitados. O interesse por ações preventivas, precisa ser contínuo para que assim seja possível promover efeitos positivos longitudinais.
Discutir sobre ações preventivas nos espaços em que circunscrevemos nossas histórias é de extrema importância, uma vez que, quando o tema suicídio é silenciado, estamos falando de um sofrimento que não está recebendo lugar e nem mesmo a atenção para que se construa estratégias de enfrentamento no qual proporcionem acolhimento e uma compreensão subjetiva do sofrimento.
Por isso, lembre-se
A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela se sente diante da vida, reconhecendo suas habilidades, capacidades, desejos, emoções e pensamentos.
Ter saúde mental é:
Bem-estar mental, físico e social;
A garantia de condições dignas para se viver;
Dar espaço para sentir as emoções boas, mas também aquelas que provocam desconforto, mas que fazem parte da vida;
É muito mais que a ausência de doença.
Precisamos lembrar que este é apenas o início de uma longa caminhada que ainda temos pela frente e quanto mais falarmos sobre saúde mental, maior será a possibilidade de prevenção.
E sabe como você pode contribuir de maneira que transforme essa realidade? Demonstrando solidariedade com o próximo e priorizando o cuidado com a sua saúde mental através do apoio especializado de profissionais da saúde mental (psicólogo e psiquiatra) que poderão lhe ajudar nesse percurso. A mudança passa pela possibilidade de escutar-se para se autoconhecer e reaver a própria história.
O suicídio infelizmente é um desfecho para uma situação extremamente complexa que abrange uma série de fatores que ocasionam tamanho sofrimento. Frente a uma pessoa que se encontra nesse dilema de romper com a própria vida, lembre-se que julgar, criticar ou até mesmo aconselhar com base em suas crenças, poderá causar ainda mais sofrimento. Por isso, muito mais do que aconselhar ou criticar, ouça o que o outro tem a lhe dizer. Oferecer uma escuta afetiva e interessada no que o outro está trazendo, poderá fazer com o que esse outro reflita e saiba que tem alguém no qual possa contar/confiar.
Dados alarmantes apontam para problema de saúde pública
Com dados cada vez mais alarmantes, não falar sobre o suicídio é vendar os olhos para um problema de saúde pública que enfrentamos mundialmente.
Mas e se combatêssemos o suicídio pela disseminação do cuidado com a saúde mental? E se ao invés de ignorar o assunto, pudéssemos encará-lo de frente pensando na adoção de medidas preventivas e de reconhecimento da sua existência? E se ao invés de pensarmos o que motiva um suicídio, refletíssemos sobre o que pode evitar um suicídio?
Mas e como podemos prevenir o suicídio?
Reconhecendo os “gatilhos” e fatores de risco que podem influenciar nessas situações:
- Acontecimentos externos: perda de algum ente querido, perda do emprego, problemas financeiros;
- Fatores internos: sofrimento psíquico intenso geralmente não tratado;
- Tentativas anteriores;
- Histórico de automutilação ou práticas autodestrutivas;
- Mudanças de comportamentos;
- Falas autodepreciativas;
- Isolamento social e afastamento das relações;
- Ausência de uma rede de apoio (família, amigos, colegas de trabalho);
- Falta de perspectivas e esperança;
Por isso, fique atento a esses sinais e aprenda a acolher as suas emoções e as emoções do outro. É importante considerarmos que falar sobre o que estamos sentindo pode mudar essa realidade, pois tudo que a boca cala, o corpo fala. Não se envergonhe em buscar por ajuda. Expressar os seus sentimentos não é sinônimo de FRAQUEZA. Mas sim, um ato de CORAGEM em querer enfrentar o seu sofrimento! Você não está sozinho(a).
Reflita
Uma conversa, um abraço ou um simples “estou aqui” podem ser revolucionários!
Amarele-se todos os dias!
Com carinho, psicóloga Caroline Maria Nunes. CRP 07/28381
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