Uma reflexão sobre fins de ciclo e (re)começos!

Chegamos no último mês do ano. Neste momento, passa um filme em nossa cabeça sobre como este ano foi vivenciado. Sei que geralmente essa tende a ser uma época festiva e comemorativa, mas também pode nos deixar mais introspectivo e reflexivo, suscitando emoções que merecem ser acolhidas, validadas e respeitadas por você. Neste momento, o convite é para que você desacelere e seja gentil consigo, entendendo que mesmo que esse ano possa ter sido diferente do que você idealizava, você consiga honrar o seu processo e se orgulhar das batalhas internas que vem enfrentando ao decorrer deste percurso.

Lembre-se que você acreditou em si e apostou no que desejava e de que a prova foi mais uma das tentativas de investir em seus sonhos. Nem sempre aquilo que você propõe a si mesmo sairá conforme imaginou, afinal, que graça seria viajar pelos próprios desejos se soubéssemos para onde eles iriam nos levar?

Respeite seu próprio tempo

O importante é que a frustração não o impeça de tentar novamente e recomeçar quantas vezes por necessário, pois a vida não se trata de uma linha linear ou de um roteiro que você precisa seguir à risca. A realização dos próprios desejos não tem a ver com um tempo cronológico pré-estabelecido, mas com o respeito ao seu próprio tempo. E para que esses desejos possam se tornar reais, deverão continuar sendo nutridos por você constantemente, independente do ano acabar, já que viver não cabe em uma lista.

Viver uma vida dotada de sentido, é seguir com coragem e ousadia para bancar quem se é e o que ainda se deseja ser, respeitando os próprios limites e o tempo de elaboração daquilo que ainda precisa ser construído. É reconhecer que nem sempre a vida vai seguir a rota que você planejou, mas isso não significa que o processo seja menos proveitoso, pelo contrário. É na possibilidade de se conhecer nos descaminhos, nas frustrações e na ressignificação do sofrimento que é possível se encontrar crescimento interno. Recomece, tente de novo, reconstrua-se. Afinal, a vida, os sonhos e as esperanças, haverão de continuar (independente do ano acabar).

Sobre desafios e adversidades

Além disso, deve-se levar em consideração os atravessamentos externos que não estarão no seu controle. Não é possível prever os desafios e adversidades que a vida poderá apresentar, mas você pode mudar a maneira como reage e lida com os sentimentos suscitados diante da imprevisibilidade. Por isso, a autocobrança e a pressão interna por obter os resultados esperados precisam ser consideradas como emoções a serem revistas por você. O seu valor não está contido naquilo que você cumpriu ou deixou de cumprir, naquilo que você deveria ainda produzir. Seu valor está simplesmente em quem você é, com suas potencialidades e vulnerabilidades.

Você não precisa encerrar o ano e começar o próximo, como se tivesse uma série de contas internas a serem acertadas. Sentimentos típicos e presentes de finais de ano, podem gerar angústia, ansiedade e preocupação excessiva ao se deparar com aquilo que ficou pendente. As pendências concretas e simbólicas irão existir, mas você pode ir enfrentando-as, em um passo de cada vez.

Sobre escolhas

Lembre-se que nos finais de ano, aparecem as superstições e os desejos de mudança. Mas o que o muda são as escolhas que você faz sobre a própria vida diariamente, já que tudo aquilo que não é elaborado, segue se repetindo constantemente.

Que possamos fazer do fim um (re)começo. Desejo que você apenas continue a travessia, e melhor, desfrute dos caminhos incertos que te levam ao encontro do desconhecido. Que você possa se aventurar e encontrar beleza não somente em seus acertos, mas também ao enfrentar as suas vulnerabilidades e assim, descobrir a sua própria potência.

Que você siga se surpreendendo com o que é capaz de ser e fazer!

Um Feliz Natal e próspero Ano Novo! Com carinho, psicóloga Caroline Maria Nunes.