Em alusão ao janeiro branco (mês de conscientização dos cuidados com a saúde mental), trago a importância de discutirmos sobre o cuidado com a saúde mental em nossas vidas. O aumento significativo de diagnósticos de transtornos mentais (ressaltando a depressão e a ansiedade) no ano de 2021, evidencia a necessidade de desconstruir preconceitos e estigmas sociais em relação ao sofrimento e adoecimento mental. O objetivo de inserir esse tema nos espaços que ocupamos, é de estimular a conscientização sobre a importância de prevenir os danos emocionais ocasionados pela falta de atenção com a saúde mental, influenciando no surgimento de adoecimentos físicos e psicológicos.
Por isso, te convido ao seguinte questionamento: quais ações voltadas ao cuidado com a sua saúde mental têm sido realizadas por você? Percebe-se o quanto ainda existe uma grande dificuldade instituída pelo social em conseguir reconhecer e validar o próprio sofrimento e o do outro sem banalizar, criticar, julgar ou diminuir. O estigma associado à aqueles que já tiveram ou ainda sofrem com algum tipo de adoecimento psíquico, criam barreiras sociais e esse alguém passa a ser alvo de discriminação quando evidencia a necessidade de apoio especializado.
Deste modo, identifica-se que muitas vezes se é dado uma ênfase maior ao cuidado da saúde física, esquecendo-se do corpo enquanto totalidade, principalmente de olhar para o interno. Há uma busca incessante de olhar para fora e uma evitação de se confrontar com a dor, até porque tende-se a nomear como “vergonhoso” a possibilidade em assumir quando não se está bem, o que suscita um mecanismo de negação das emoções. E é importante ressaltar que quando se fala em saúde mental, não se fala em ausência de doença mental, mas sim sobre a possibilidade de entendimento das emoções e sentimentos.
É importante refletirmos que o cuidado com a saúde mental vem a fortalecer o sujeito, podendo reaver a sua relação com a vida. Principalmente em momentos de fragilidade psíquica e diante de situações geradoras de sofrimento. E para procurar um psicólogo, não se deve esperar que o sofrimento se transforme em adoecimento. Muitas pessoas vão procrastinando o cuidado mental, achando que ele irá amenizar com o passar do tempo, o que pode resultar em uma série de danos negativos, vindo a se transformar posteriormente em adoecimento. Por isso, é importante a identificação de sinais de alerta que indicam conflitos internos.
Além disso, o apoio especializado (de um psicólogo e/ou psiquiatra) surge como fonte de autocuidado, no qual, o sujeito poderá estar desenvolvendo um olhar mais empático, acolhedor e respeitoso consigo mesmo, compreendendo a importância de aceitar-se de maneira integral: com erros e acertos, qualidades e defeitos, bem como aprendendo a respeitar à sua subjetividade. E primordialmente, buscar por apoio psicológico poderá auxiliar no desenvolvimento e expansão do autoconhecimento, construindo a independência necessária para lidar com emoções e superar dificuldades.
Lembre-se que são inúmeras as formas de manter a saúde mental em dia. A primeira delas é buscar validar o você se sente, pois a partir disso, você poderá reconhecer em si quais são seus desejos e o que para VOCÊ é capaz de provocar saúde e bem-estar, já que isso dependerá da sua singularidade, particularidade e subjetividade. Assim, buscar identificar a origem e a causa do seu sofrimento é fundamental, pois somente quando tiver a consciência sobre si, será possível encontrar soluções e maneiras de como manejar essa situação.
Outras sugestões preciosas são: priorize cuidar de você, busque reconhecer as suas emoções e sentimentos, fortaleça os vínculos sociais e afetivos, desfrute do tempo ócio, exercite a mente e o corpo com aquilo que lhe proporcione prazer. E assim, que você possa aprender a olhar para o que você sente. Questione-se mais, se permita a encarar as suas sombras para que a luz possa se aproximar. Por mais doloroso e intenso que seja, nada é mais recompensador do que saber quem se é e o que deseja se tornar. A mudança que você almeja precisa partir de você!
Por isso, reflita e compartilhe essa informação. Seguimos disseminando saúde mental como forma de prevenção e autocuidado. Não feche os olhos para o cuidado para com a sua saúde mental e daqueles que te cercam. Abra a sua mente, se acolha e estenda a sua mão para as suas relações!
Com carinho, psicóloga Caroline Maria Nunes!