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OAB 1° e 2° fase

Questão Ucraniana

Última atualização em 20/02/2024
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Não é de hoje que o Leste europeu é palco de disputas geopolíticas. Durante a Guerra Fria (1946-1991), a região era a fronteira entre os mundos capitalista e socialista. A “Cortina de Ferro” separava os países inseridos na órbita da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) daqueles voltados para os Estados Unidos da América (EUA). Foi neste contexto de bipolaridade que surgiu a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 1949, uma aliança militar defensiva dos países ocidentais. A URSS, por sua vez, reagiu criando o Pacto de Varsóvia em 1955. Porém, a aliança militar soviética desapareceu com o fim da URSS. A OTAN, por sua vez, continuou existindo.


Em 1991, a União Soviética foi desmembrada em 15 repúblicas independentes, tais como Rússia, Belarus e Ucrânia. Embora independentes, estes novos países estavam sob órbita de Moscou. No entanto, ao longo dos anos 1990, vários países ex-membros da URSS aderiram à antiga rival OTAN: Hungria, Polônia, Romênia, dentre outros. Durante aquela década, a Rússia não conseguia assegurar a sua hegemonia sobre aqueles territórios em função de sua grave crise socioeconômica, esta advinda da conversão de sua economia planificada para uma economia capitalista de livre mercado.


Porém, desde que Vladimir Putin reconduziu a Rússia a uma condição de potência global, o chefe-de-estado russo tem tentado manter a sua influência sobre os países do Leste europeu que ainda não fazem parte da OTAN, sobretudo Belarus e Ucrânia. Putin considera estes territórios como essenciais para a segurança da Rússia. A força do maior país do mundo vem do seu considerável poderio militar, uma vez que é uma das potências nucleares, mas também do seu potencial energético. A Rússia possui imensas reservas de gás natural, o qual é fornecido para países europeus por meio de gasodutos que passam pelos países do Leste, como Ucrânia e Belarus. Putin tem feito um uso geopolítico desta dependência europeia do gás russo: em caso de conflito poderia ordenar a interrupção do seu fornecimento. Para que você tenha uma ideia, um terço do gás consumido na Europa é produzido na Rússia.


A recente questão ucraniana é mais um capítulo de uma história conturbada daquele país situado entre a OTAN e o governo russo. Em 2014, os ucranianos foram às ruas em megamanifestações que conseguiram depor o presidente pró-Rússia, Viktor Yanukovytch. Moscou reagiu invadindo e anexando a península da Crimeia e apoiando grupos separatistas pró-Rússia, os quais passaram a controlar territórios do Leste ucraniano. Naquele contexto, a OTAN não interveio, porém deslocou tropas para países do Leste europeu, como Letônia, Lituânia e Polônia, países vizinhos de Rússia e/ou da Ucrânia. Organismos internacionais como ONU e União Europeia não reconhecem a península da Crimeia como russa.


Em função do aumento das hostilidades entre os governos de Moscou e de Kiev, a OTAN tem redobrado a sua atenção na região. Vladimir Putin, por sua vez, sustenta que as potências ocidentais estariam usando a OTAN para cercar a Rússia e retirar-lhe as suas áreas de influência e de proteção. Ele pede, assim, que a OTAN cesse as atividades militares na região e que a OTAN não se expanda ainda mais para o Leste. Como a OTAN negou estas acusações, Moscou deslocou tropas para territórios na fronteira com a Ucrânia, aumentando a tensão na região.


Uma guerra na região seria desastrosa para todos tanto para os países envolvidos como para os que não têm qualquer relação com a questão. Os desdobramentos mais imediatos seriam o aumento dos preços do petróleo e dos fertilizantes, uma vez que os países da região são importantes produtores de ambas as mercadorias. Para evitar os imensos estragos que um conflito armado acarretaria, diplomatas e representantes dos países envolvidos têm feito inúmeras reuniões e negociações nas últimas semanas. Resta saber se a diplomacia vai conseguir impedir o uso da força.

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